História


História

Em Teresina a área teatral sempre esteve à frente de outras áreas artísticas em termos de organização de classe. No ano de 1977 os grupos de teatro amador do Piauí se organizaram e formaram a Federação de Teatro Amador do Piauí – FETAPI, filiada a mesma entidade na esfera nacional. Essa federação organizou em torno de si grupos teatrais que existiam na época, fez nascer novos grupos e organizou os primeiros festivais de teatro do Piauí. Apresentou destacada atuação até a primeira metade da década de 1980. Entre os anos de 86 e 87 começou a perder força e deixou de organizar e aglutinar em torno de si os grupos de teatro. Esse momento da história é apresentado no livro do teatrólogo Ací Campelo, acerca da história do teatro piauiense:

Nos anos noventa, com a desestruturação de políticas públicas culturais que subsidiavam a existência das Federações Estaduais de Teatro Amador e da própria Confenata [Confederação Nacional, nota minha], tanto a entidade nacional como a local hoje são apenas siglas tentando se reerguer. (2010, p. 142).

A década de 1980 apresentou um significativo avanço para a área artística, fruto ainda do processo de redemocratização do Brasil. No ano de 86 a classe artística passa a compor de forma mais direta o corpo de funcionários do Theatro 4 de Setembro. No mesmo ano é criada a Fundação Cultural Monsenhor Chaves - FCMC. Esses dois eventos mudaram os rumos da organização da classe de artes cênicas. A Federação que já perdia força, não tinha o poder de representar juridicamente a classe artística. Surge então a necessidade de um órgão que represente juridicamente a classe.  No livro “A História do Teatro Piauiense”, Ací Campelo, teatrólogo e diretor, fala sobre esse momento da historia:

[...] tanto a entidade nacional como a local hoje são apenas siglas tentando se reerguer. A Fetapi hoje não tem um projeto que aglutine em torno de si os mesmos interesses. Some-se a isso a criação, em maio de 1989, do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Piauí – SATED-PI, que passou a defender os artistas em outro nível de interesse. (2010, p. 142)

Dessas mudanças no Estado – ocupação do Theatro 4 de Setembro e criação da Fundação Cultural Monsenhor Chaves que absorveu como funcionários artistas e técnicos – gerou a necessidade de um órgão que representasse juridicamente a classe artística. Nesse mesmo momento da história começava a surgir SATED em alguns estados do Brasil. Em um Congresso de teatro em Belo Horizonte, o teatrólogo Ací Campelo entrou em contato com Iara Sarmento, artista engajada que andava divulgando a idéia do SATED pelo Brasil. Nessa oportunidade Ací Campelo convidou Iara Sarmento para vir ao Piauí falar sobre o Sindicato. Assim, já no inicio de 1989, foi realizado um encontro, que mais foi uma reunião em que Iara Sarmento apresentou a idéia do SATED e toda a documentação e procedimento para se fundar o Sindicato. Iara Sarmento, mesmo à distancia, ficou assessorando aquele grupo de artistas, liderado por Ací Campelo, na idéia de fundar o SATED no Piauí.
Apesar de haver resistência por parte de alguns, que viam na criação do SATED-PI o fim da Fetapi, foi feita uma primeira reunião em fevereiro de 1989, no Theatro 4 de setembro, com a presença dos técnicos do teatro e mais alguns convidados. Mesmo com a resistência de alguns, aconteceu uma segunda reunião. Nessa segunda reunião foi formada uma comissão para propor um estatuto. A comissão foi composta por Ací Campelo, Zezé Lopes, Wellington Sampaio e José Nazareno.
Em maio de 1989 foi oficialmente fundado o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão do Piauí – SATED-PI com a presença de técnicos e demais artistas convidados. A primeira diretoria foi composta por: presidente Ací Campelo, vice presidente Maneco Nascimento, tesoureiro Zezé Lopes, secretária Carmem Carvalho. Começava ali a luta do sindicato, que teria como primeira batalha a regularização do registro profissional dos técnicos do Theatro 4 de Setembro.

A missão que norteou inicialmente a criação do SATED-PI foi filiar e representar juridicamente os técnicos do Theatro 4 de setembro, pois eram os únicos trabalhadores de artes cênicas que tinham um “patrão”, por assim dizer. Tinham vínculo empregatício com o teatro.
Mas a missão principal do SATED-PI é a regulamentação das atividades de artes cênicas, autorizando mediante comprovações especificas a expedição do registro profissional junto a Delegacia Regional do Trabalho, bem como fiscalizar o exercício profissional das áreas abrangidas pelo sindicato. 
Representar juridicamente a classe das artes cênicas. Defender artistas e produtores em suas reivindicações por melhoras para o exercício da profissão. Cabe ao SATED-PI realizar eventos que promovam e contribuam para a formação e melhoria da classe artística. Estabelecer parcerias que contribuam para o desenvolvimento, melhoria e benefícios para o desenvolvimento  profissional das artes cênicas em todas as áreas e níveis abrangidos pelo sindicato.